quinta-feira, 24 de maio de 2012

O governo incentiva a venda de carro, mas e o combustível?

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br  -FSP 24/05



Os novos incentivos do governo ao setor automobilístico vão auxiliar as indústrias a desovar os estoques acumulados nós últimos meses.

O incentivo poderá fazer o setor negociar acima de 900 mil veículos nos próximos três meses. Mas, para isso, o governo abdicará de R$ 2,7 bilhões em tributos.

O problema é que há incentivo à indústria automobilística, mas se mantém inalterado o quadro de oferta de combustível.

A produção anual de etanol hidratado fica praticamente estagnada nos 12 bilhões de litros por safra, e o abastecimento deverá ser complementado com mais importação de gasolina.

Os R$ 2,7 bilhões em renúncia fiscal ao setor automobilístico representariam R$ 0,22 por litro de etanol hidratado produzido durante a safra, valor que tiraria a pressão dos custos do etanol.

Pressionado pela falta de margem, devido ao preço controlado da gasolina, o setor sucroalcooleiro não tem feito investimentos para elevar a produção de álcool.

Além disso, a safra deste ano começa com o mesmo cenário de pouca oferta de cana de 2011: as usinas vão continuar com ociosidade e elevação de custos, fugindo dos investimentos.

O país corre o perigo de elevar as vendas de carros, aumentar a inadimplência no setor e, de quebra, não ter oferta regular de combustível para impulsionar a frota.



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