sexta-feira, 29 de julho de 2011

Governo retoma incentivo a carro elétrico no país


Folha 29/07
O governo retomou os estudos para a elaboração de um marco regulatório para deslanchar o mercado de carros elétricos no país.

Está em análise, em uma primeira etapa, o incentivo à importação. Isso serviria para criar demanda local e desenvolver a infraestrutura necessária de abastecimento.

Depois, a estratégia é criar a tecnologia de fabricação nacional de veículos elétricos. O principal desafio é o desenvolvimento de baterias mais baratas e com maior autonomia de quilometragem.

Agora o projeto conta com o apoio da Petrobras, que recentemente fechou parceria com Itaipu para desenvolver um carro nacional.

A montadora Fiat também é parceira no projeto e já tem dois modelos movidos a eletricidade, mas ainda não disponíveis comercialmente: o Palio e o Uno Ecology, que rodam nos arredores da usina.

Para incentivar a compra desses modelos, o carro elétrico será barateado ±atualmente é muito caro, se comparado aos convencionais, de motor a combustão.

Como as baterias custam até US$ 50 mil (de lítio, com autonomia para percorrer 300 km, a mais avançada), um carro elétrico não chegaria hoje ao Brasil por menos de US$ 100 mil (R$ 156.430).

Está em estudo no Ministério da Fazenda a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), hoje de 25%, enquanto para os outros veículos é de 12%, em média. Reduzir o Imposto de Importação, hoje entre 30% e 35%, também está sob análise.

No Ministério de Ciência e Tecnologia, um grupo de estudos se dedica ao desenvolvimento tecnológico, para baixar os preços das baterias.

NOVA ALIADA

No ano passado, a Fazenda preparou um evento para anunciar o incentivo ao carro elétrico, mas ele foi cancelado minutos antes, sob argumento de que o então presidente Lula pedira mais tempo para conhecer a proposta.

Nos bastidores, comentou-se que Petrobras não gostaria de ter a concorrência de um sistema de transportes completamente diferente do modelo baseado no motor a combustão, movido a gasolina, diesel ou etanol.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

WEG investe no desenvolvimento de motor híbrido totalmente brasileiro

Valor - Hoje

A catarinense WEG, fabricante de motores e equipamentos para o setor de energia, está apostando no desenvolvimento do mercado de carros elétricos no Brasil. A empresa faz pesquisas e vai montar laboratório em Jaraguá do Sul (SC), onde fica sua matriz, com o objetivo de capacitar-se como fornecedora de sistemas de tração elétrica para veículos de passeio puramente elétricos e híbridos, aqueles equipados com dois motores: um elétrico e outro a combustão.
Para dar fôlego ao projeto que pode contribuir para o desenvolvimento da indústria nacional de carros elétricos, a WEG conseguiu apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco aprovou financiamento de R$ 7,5 milhões, por meio da linha de inovação tecnológica, para a empresa fazer pesquisa e desenvolvimento (P&D) na área de tração elétrica veicular. O sistema de tração elétrica inclui motores, geradores e inversores de frequência.
O financiamento do banco corresponde a 62,3% do investimento total da WEG no projeto, que é de R$ 12 milhões. Leonardo Guimarães, gerente da área industrial do BNDES, disse que o financiamento à WEG tem juros de 4% ao ano e prazo total de 84 meses (sete anos), incluindo o período de carência para início dos pagamentos e a amortização. As atividades de pesquisa serão desenvolvidas em Jaraguá do Sul, mas segundo o BNDES também poderão ser executadas por parceiros tecnológicos como consultores, universidades ou institutos de pesquisa. A conclusão do projeto está prevista para dezembro de 2013.



Segundo o banco, entre os méritos do projeto está o alto potencial de crescimento do mercado de veículos elétricos, com demanda nacional em nichos específicos. É a primeira vez que o BNDES financia projeto de pesquisa e desenvolvimento aplicado a um sistema nacional de tração elétrica para veículos.
A WEG decidiu investir nesse mercado apesar das incertezas que cercam o carro elétrico no país, onde existe um forte concorrente: o carro flex, o qual ganhou espaço nos últimos anos na indústria automobilística e também em termos ambientais uma vez que o etanol é uma fonte de energia renovável.
"A WEG decidiu apostar nesse mercado e aproveitar as oportunidades para introduzir uma tecnologia nacional de tração elétrica", disse ao Valor o diretor-superintendente da WEG Automação, Umberto Gobbato. O setor de automação é uma das cinco unidades de negócios da WEG. Gobbato afirmou que foi o desenvolvimento da tração elétrica para carros de passeio que motivou o pedido de financiamento ao BNDES. O empréstimo está em fase de contratação.
De acordo com o executivo, a WEG tem procurado as montadoras de veículos instaladas no Brasil com o intuito de tornar-se uma fornecedora do sistema de tração elétrica para carros híbridos ou elétricos puros. Além das montadoras tradicionais, esse é um negócio que tende a atrair novos investidores interessados em instalar fábricas no país. "Conversamos com vários investidores", disse Gobbato. A WEG trabalha em alguns protótipos em nichos de mercado.
A empresa já forneceu o sistema de tração elétrica para um triciclo em forma de carro em fase de projeto. Há também trabalhos envolvendo um quadriciclo com capacidade para duas pessoas. Ambos são projetos que poderiam ser usados em pequena escala, mas a meta da WEG é ambiciosa: quer operar em larga escala comercial nesse setor. Segundo Gobbato, o sistema de tração elétrica para carros de passeio teria alto conteúdo nacional uma vez que só seriam importados componentes como chips. A engenharia, o projeto, o motor elétrico, entre outros itens, seriam produzidos no país. Na visão dele, a WEG é a primeira indústria nacional a investir em um projeto de grande porte nessa área.
Se a aposta der certo - há especialistas que consideram esse um negócio de risco -, a WEG poderia vir a adaptar linhas de produção para atender a demanda dos sistemas de tração elétrica para carros leves. Mas de acordo com Gobbato esse não seria um problema já que a empresa tem flexibilidade operacional em seu parque industrial.
A WEG tem tradição no segmento de tração elétrica. A empresa fornece sistemas de propulsão elétrica para navios de apoio às plataformas de petróleo e também tem experiência no setor na área de transporte urbano, incluindo trólebus. A WEG também trabalhou com projeto de ônibus híbrido dentro de um conceito chamado "série", segundo o qual o motor elétrico é o motor principal de tração sendo acompanhado de um grupo gerador a combustão. É esse mesmo conceito que a WEG defende para os carros de passeio híbridos no Brasil.
Ele difere do conceito "paralelo" segundo o qual o motor a combustão é o principal, e o motor elétrico, auxiliar. "O conceito série tem maior eficiência energética e polui menos", disse Gobbato. Ele disse que a empresa forneceu o sistema de tração elétrica para um ônibus híbrido utilizado na usina de Itaipu que tem chassi feito pela Tutto e carroceria da Mascarello.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O PREÇO DO CARRO BRASILEIRO



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sexta-feira, 22 de julho de 2011

OS NOVE MAIS BELOS



Um dos blogs da revista norte-americana Forbes elegeu os nove carros mais bonitos deste ano. Entraram na disputa apenas lançamentos de 2011. Aston Martin, Audi e Porsche conseguiram emplacar dois modelos cada. Se você tiver outros escolhidos, nos conte. Mas antes disso, admire os belos:


Acima
Ferrari 599 GTO (Foto: Marcio Fernandes/AE)

Abaixo:

Jaguar XKR-S (Foto: Jaguar/Divulgação)


Audi R8 GT Spyder (Foto: Audi/Divulgação)



Porsche 918 Spyder (Foto: Porsche/Divulgação)



Audi A7 (Foto: Guilber Hidaka/Divulgação)



Porsche Cayman R (Foto: Porsche/Divulgação).


Aston Martin V12 Zagato (Foto: Aston Martin/Divulgação).



Mercedes-Benz SLS AMG Roadster (Foto: Mercedes-Benz/Divulgação).



Aston Martin Virage Volante (Foto: Aston Martin/Divulgação).

quarta-feira, 20 de julho de 2011

ECOBOOST





Os híbridos e elétricos estão chegando aos poucos aos mercados mundiais para suprir as necessidades por um menor consumo de combustíveis, para frear a emissão de poluentes. Felizmente, as mudanças estão acontecendo, a infra-estrutura está sendo criada, assim como uma nova consciência sobre o consumo em geral.
Na dianteira dessa transformação, a Ford vem trabalhando em soluções cada vez mais avançadas, como resultado de investimentos recordes em novos motores e tecnologias voltados para a economia de combustível. Entre seus anúncios mais recentes (e olha que são três) destacam-se um motor 1.0 EcoBoost de três cilindros, o menor já produzido, uma transmissão automática de oito velocidades e também uma nova transmissão para a sua próxima geração de veículos híbridos, incluindo um modelo “plug-in”, que deve ser lançado em 2012 na América do Norte.

O desenvolvimento do motor 1.0 EcoBoost, em fase de calibração final, visa ampliar a liderança da Ford em propulsores de baixo consumo. Ele terá potência e torque equivalentes, ou melhores, que um 1.6 a gasolina com aspiração natural. Este mesmo motor já foi apresentado ao público tanto no conceito Ford Start, nos salões de Pequim e de São Paulo, no ano passado, quanto no Ford B-MAX, no Salão de Genebra 2011.



A tecnologia chamada de EcoBoost alia recursos de turbocompressão e injeção direta de combustível para oferecer a mesma potência de um bloco maior, porém com níveis de consumo e emissões de um motor pequeno.
Quando se fala da criação do EcoBoost 1.0, especificamente, o objetivo da Ford é desenvolver um motor de três cilindros, supereficiente e tecnicamente avançado, capaz de oferecer o mesmo desempenho de um quatro cilindros mas com muito menos consumo e emissões. A ideia é que ele seja disponibilizado globalmente nos carros pequenos da Ford no futuro.

Segundo a Ford, que nunca havia produzido um motor com menos de quatro cilindros, o novo motor 1.0 EcoBoost representa uma nova opção mais acessível para os consumidores que buscam a mesma economia de um híbrido.
As inovações do motor 1.0 EcoBoost incluem:
• novo desenho do virabrequim para economia de combustível;• um sistema avançado de arrefecimento dividido para que o bloco aqueça antes da cabeça dos cilindros, economizando combustível, principalmente em tempo frio;• tubo de exaustão fundido na cabeça do cilindro. A montagem em peça única reduz a temperatura dos gases de exaustão e permite que o motor gire em uma faixa de rotação mais ampla com taxa ótima de mistura ar/combustível. O novo design também reduz o peso e permite uma operação mais suave;• turbocompressor, injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas independente e variável (Ti-VCT).

A Ford deve apresentar mais detalhes técnicos e funcionais do novo motor no Salão de Frankfurt, na Alemanha, em setembro próximo.
10:24 - 20 de Julho de 2011
Por Patricia Salles

Carros chineses



Fonte Carros Maníacos






A China sempre teve a fama de produzir produtos falsificados e de péssima qualidade. No entanto, com preços bem baratos. Agora, ela resolveu investir no setor automobilístico. A partir dos últimos anos, as montadoras chinesas resolveram invadir o Brasil com 4 grandes marcas: a Chery, a Chana Motors, a JAC e a Liffan-EFFA.
Além de apresentarem carros completos, com vários equipamentos de série, as chinesas oferecem ótimos preços. É hora das montadoras nacionais: Fiat, Volkswagen, GM e Ford abrirem os olhos, ou vão perder muitas vendas.
A marca que tem feito mais propaganda sobre os seus carros é a JAC, usando o grande apelo do apresentador Fausto Silva. Por enquanto, dois modelos estão sendo vendidos: o J3 e o J3 Turin. Até setembro, mais dois modelos serão lançados: o J6 e o J5. Os carros da JAC vêm com todos os equipamentos de série: freios ABS, direção hidráulica, sensor de estacionamento, farol de neblina, ar-condicionado, rádio com MP3 e entrada USB, vidros e travas elétricas e airbag duplo. E para não ser dito que são de pouca qualidade, a montadora ainda dá 6 anos de garantia.
O Hatch J3 tem design italiano e é vendido por R$37.900,00. Ele tem um bom acabamento interno e externo, com boa posição para se dirigir. Já a versão sedã, o J3 Turin, tem preço de R$39.900,00. O problema encontrado é que os carros ainda não possuem a versão flex. No entanto, a marca já programa o lançamento das versões bicombustíveis para o próximo ano.
A montadora EFFA é famosa pelo modelo M100, que agora tem a fabricação supervisionada pela japonesa Suzuki. Portanto, a qualidade de sua estrutura e segurança melhorará. O carro vem equipado com ar-condicionado, travas elétricas, direção com assistência elétrica, rodas de liga leve e faróis de neblina a um custo de R$25.980,00. O motor é 1.0 com 47 cv de potência. A EFFA também é conhecida pelas suas mini-vans, vans, furgões e picapes.
A Chana Motors está no Brasil há 3 anos, porém, antes, ela só investia em utilitários: mini-vans, vans e caminhonetes. Agora, ela vai entrar no mercado brasileiro com 3 carros de passeio: o Benni Mini, o Benni e o Alsvin. O primeiro tem um motor 1.0 que chega a 51 cv e o seu preço inicial será de R$29 mil. O Benni, também 1.0, mas com 63 cv, será R$32 mil. Já o modelo mais luxuoso, o Alsvin, terá as versões hatch e sedã, com motores 1.5 e 72 cv, com preços de R$35 mil e R$40 mil, respectivamente.
A fabricante de automóveis Haima, que tem parceria com a japonesa Mazda, promete muita qualidade em seus carros. Nesse ano, 3 modelos serão lançados por aqui: o Haima 2, que é o compacto, o Haima 3, que tem as versões hatch e sedã, e o Haima 7, utilitário esportivo da marca. A montadora também aposta nos itens de série: ar-condicionado, airbag duplo, direção hidráulica, freios ABS e trio elétrico. O preço de entrada é R$34.900,00.
Os carros chineses vêm para acirrar a concorrência do mercado de automóveis, o que é uma grande vantagem para os compradores. Desse modo, a qualidade dos produtos melhorará, assim como os seus preços. O mercado brasileiro nunca foi tão disputado, portanto, é hora de aproveitar.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Hyundai muda mapa da indústria automobilística



Valor Econômico 1/7/2011




Engenheiros da General Motors Co. desmontaram um sedã Elantra da Hyundai Motor Co. em 2009, estudaram o motor e tentaram prever o que a montadora coreana faria a seguir. Quando a versão mais nova do Elantra foi lançada, no ano passado, os engenheiros da empresa americana se surpreenderam: o sedã superava suas previsões para peso, economia de combustível e custo.
“Em termos de embalo, (a Hyundai) é uma ameaça maior agora do que qualquer outra”, diz Bob Lutz, ex-vice-presidente do conselho da GM que ainda presta consultoria à empresa. “Preocupo-me muito com eles.”
Ultimamente, a Hyundai e a filiada que controla, Kia Motors Corp., tornaram-se concorrentes de peso. Uma década atrás, a Hyundai era uma força secundária na indústria automobilística mundial - uma fabricante de carros pequenos, sem sofisticação, com reputação de quebrarem fácil. No fim dos anos 90, Hyundai e Kia formavam juntas a 13ª maior montadora do mundo, segundo a Organização Internacional de Fabricantes de Veículos Automotores.
Mas na última década a empresa trabalhou duro para eliminar defeitos, melhorar a qualidade e o design, expandir a produção para locais de baixo custo e oferecer carros com mais recursos que os concorrentes, como uma garantia de dez anos. E conseguiu alguns feitos que muitas de suas rivais não foram capazes de realizar, ou sequer tentaram.
O novo Elantra é um claro exemplo. A Hyundai lançou a nova versão este ano depois de redesenhá-la em apenas quatro anos, um ano menos do que o padrão da indústria. O novo carro é mais barato que o Toyota Corolla e o novo Civic da Honda Motor Co., mas faz mais quilômetros por litro e vem com seis alto-falantes e câmbio automático de seis marchas. Nos primeiros cinco meses do ano, as vendas do Elantra nos Estados Unidos quase dobraram, enquanto as do Corolla ficaram estagnadas e as do Civic aumentaram só um pouco.
Empurrada por sucessos como o Elantra, a produção mundial da Hyundai e da Kia dobrou nos últimos dez anos, algo notável no setor. No mesmo período, a Toyota e a Volkswagen AG aumentaram a produção em cerca de 40%. A Ford Motor Co. declinou por causa de enxugamento.
Ajudada pelo rápido crescimento na China, a Hyundai se tornou a segunda maior montadora na Ásia, superando a Nissan e agora atrás apenas da Toyota. Nos EUA, Hyundai e Kia tinham no ano passado participação de mercado de 7,7%, ante 3,3% em 2001.
Mundialmente, a Hyundai e a Kia venderam juntas 5,7 milhões de veículos em 2010, o suficiente para que a dupla superasse a Ford e se tornasse a quinta maior montadora do mundo, atrás de GM, Volskwagen, Toyota e Nissan-Renault.
No século passado, a indústria automobilística foi dominada por três países - EUA, Alemanha e Japão. Esses países e as montadoras com base neles desfrutaram da maior parte dos bilhões de dólares e milhões de empregos que a indústria criou.
Mas agora a indústria está crescendo rapidamente em mercados emergentes como China, Índia e Brasil. Empregos e riqueza se acumulam em países que dez anos atrás sequer tinham uma indústria automobilística digna de menção. A Hyundai, uma empresa pouco tradicional de um país com apenas 49 milhões de habitantes, é apenas a mais proeminente. Entre as outras que têm potencial de entrar no palco global estão a chinesa SAIC e a indiana Tata.
“Estamos vendo uma migração do centro de gravidade do setor para os mercados emergentes, principalmente a Ásia”, diz o diretor-presidente da Daimler AG, Dieter Zetsche.
Não há garantia de que a Hyundai continuará a crescer tão rapidamente. Novos ganhos podem ser limitados pela capacidade dela de adicionar capacidade de produção. O rápido crescimento também pode causar problemas de qualidade, como ocorreu com a Toyota recentemente. A Hyundai de fato sofreu um ligeiro revés numa recém-divulgada pesquisa de qualidade da principal firma que faz esses levantamentos nos EUA, a J.D. Power.
À medida que se expande, a Hyundai vai ter de se afastar de sua tradicional cultura coreana de negócios e abrir sua diretoria a estrangeiros, uma transição difícil para muitas empresas.
A empresa se beneficiou da baixa cotação do won coreano em relação ao dólar e ao euro, mas a moeda se valorizou ultimamente, o que corrói parte da vantagem de preço dela.
A montadora também tem de fazer a transição de ser uma seguidora - ela passou mais de dez anos concentrando-se principalmente em tentar ser mais “Toyota” que a Toyota - e se tornar uma inovadora e líder.
O rápido redesenho do Elantra demonstra seu esforço para inovar. Numa entrevista ao Wall Street Journal em sua sede em Seul, o presidente Steve S. Yang disse que a Hyundai vinha planejando uma atualização mais modesta para o carro. Mas os dados de vendas mostravam que os compradores de carros menores mantêm seus carros por períodos mais curtos de tempo do que os donos de veículos maiores. Executivos da empresa se perguntaram se poderiam conseguir uma revitalização mais extensiva.
“A decisão foi tomada muito rapidamente”, disse Yang, de 57 anos.
Engenheiros e projetistas trabalharam de maneira redobrada para finalizar o trabalho - não é incomum para os executivos da empresa trabalhar aos sábados. “Isso pôs muita pressão sobre as pessoas”, diz Oh Suk-geun, diretor de design da Hyundai.
Ao agir rápido, a Hyundai conseguiu ultrapassar a Toyota, que não terá no mercado uma nova versão de seu modelo no segmento, o Corolla, até o ano que vem. A Honda, por sua vez, teve o lançamento de seu novo Civic, um grande evento este ano, atrapalhado pelo terremoto de 11 de março no Japão.
Mas os concorrentes da Hyundai não estão parados. A Toyota e as demais montadoras japonesas estão se recuperando do terremoto e serão concorrentes mais duros no segundo semestre. A Ford e a Volkswagen são altamente lucrativas e estão investindo pesado para expandirem-se na Ásia. A GM e a Chrysler também estão em recuperação e lançando carros competitivos. Embora a Hyundai esteja crescendo na China, a GM e a Volkswagen continuam sendo as duas maiores montadoras estrangeiras no mercado, e também estão expandindo.
No mercado automobilístico, a Hyundai é uma relativa novata, o que ajuda a explicar sua capacidade de concorrer tão fortemente em custos. A empresa começou sua operação de automóveis em 1967. Ajudada por leis comerciais protecionistas, tornou-se a principal montadora coreana e entrou no mercado americano em 1986. Depois da crise financeira asiática do fim dos anos 90, o conglomerado Hyundai foi dividido, a montadora assumiu o controle de uma rival em dificuldades, a Kia, e o filho do fundador, Chung Mong-koo, assumiu o volante.
A própria Hyundai tinha problemas de qualidade, e suas vendas nos EUA haviam desabado. Para restaurar a confiança do cliente, a Hyundai decidiu que tinha de fazer algo dramático. Na época, a maioria das montadoras nos EUA ofereciam garantias de três anos ou 58.000 km. A Hyundai foi bem além disso - uma garantia de dez anos ou 160.000 km.
Na época, Chung fez com que seus subordinados estudassem os métodos da Toyota. Uma equipe de qualidade que tinha cem pessoas passou a contar com mil. Metas de qualidade eram acompanhadas e exibidas junto com suas linhas de montagem.
A iniciativa deu resultados rápidos. Em um estudo de qualidade da J.D. Power em 2004, a Hyundai surpreendeu a indústria ao empatar com a Honda na segunda melhor nota, ficando atrás apenas da líder Toyota.
O fato de a Hyundai ser uma montadora jovem é parte do motivo de seus custos serem baixos e de ela poder ganhar dinheiro mesmo enchendo seus carros de extras, diz Ron Harbour, um sócio da consultoria OliverWyman. A Coreia do Sul também é um país de custo baixo em comparação com mercados desenvolvidos como EUA, Alemanha e Japão. Os salários médios dos trabalhadores automobilísticos na Coreia são cerca de 30% menores que nos EUA.
Mais de metade dos veículos da Hyundai é fabricada agora fora da Coreia, e em sua expansão internacional ela conseguiu erguer fábricas em locais com vantagens de custo significaitvas. Ela tem duas fábricas na China, com uma terceira em construção, e uma na Índia. Acabou de abrir uma na Rússia e está construindo outra em Piracicaba, São Paulo.
Na Europa, ela faz carros na República Checa, e os custos trabalhistas são bem mais baixos que os da Alemanha, onde a GM, a Ford e a Volkswagen têm fábricas. Nos EUA, a fábrica da Hyundai no Alabama e a da Kia na Georgia pagam aos trabalhadores cerca de US$ 27 por hora em salários e benefícios - metade do nível dos trabalhadores sindicalizados da GM e da Ford.
“O que eles tiveram por anos é uma vantagem de custo, que ainda têm”, diz John Hoffecker, um consultor da AlixPartners, firma de consultoria. “Agora eles serão capazes de subir na escala dos preços e terão condições de ganhar participação de mercado.”
Em Seul, Yang lida agora com a questão de como continuar fazendo com que a Hyundai avance. Ele reconhece que a empresa tem sido uma “seguidora”, basicamente copiando a estratégia da Toyota.
A instauração de uma mentalidade criativa é algo em curso. Algumas vezes por semana, monitores na sede da montadora em Seul exibem um clipe de um minuto que se tornou um favorito do pessoal. Ele mostra um escritório aberto em que trabalhadores com a mesma camisa e corte de cabelo dão duro. Aí uma nova pessoa chega com um corte de cabelo diferente. Toda vez que ele expressa uma ideia, os outros a torpedeiam. No final ele faz o mesmo corte de cabelo e todo mundo gosta dele. Surge então a pergunta: “Não estamos presos num pensamento convencional?”
A Hyundai também enfrenta o prospecto de produção limitada nos próximos anos porque suas fábricas operam na capacidade máxima e as novas fábricas a serem inauguradas, localizadas na China e no Brasil, só começarão a produzir carros no ano que vem. Yang disse que se satisfaz em ver a empresa “caminhar por enquanto” e que os aumentos de produtividade devem ajudar.fonte: Valor Economico http://www.valoronline.com.br href="http://www.valoronline.com.br/" jquery1310735501726="4">

sexta-feira, 1 de julho de 2011

MAIS CHINA

FSP 01/07/2011

As vendas de veículos novos bateram recorde no primeiro semestre deste ano, com o emplacamento de 1,74 milhão de unidades, segundo os dados obtidos pela Folha. Essa quantidade representa uma expansão de 10% sobre igual período no ano passado (1,58 milhão), que detinha a melhor marca até então.

Considerando apenas junho, foram licenciados 304,4 mil automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, com o resultado também atingindo uma nova marca para o mês. Apesar disso, o número é 4,4% inferior ao registrado em maio, mas apresenta alta de 15,8% sobre o contabilizado no mesmo intervalo em 2010.

A perspectiva para todo o ano é que as vendas cheguem a 3,69 milhões de veículos, com crescimento de 5% ante 2010, e a 6 milhões em 2020, segundo projeções da Anfavea (associação das montadoras).

Apesar do horizonte positivo, o presidente da entidade, Cledorvino Belini, destacou em evento nesta semana que a produção deve crescer 45% no comparativo entre 2005 e a projeção para o fechamento de 2011 (3,42 milhões de unidades), enquanto os licenciamentos terão expansão de 115% no mesmo intervalo.

A comparação mostra a preocupação da Anfavea com a perda de competitividade do setor no cenário internacional devido, em parte, ao câmbio desfavorável às exportações.

Um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers, feito a pedido da entidade, aponta que o custo de produção de um carro no Brasil é 60% maior do que na China, considerando modelos equivalentes com motorização 1.3 a 1.5. Índia e México, com custo 5% e 20% superior, respectivamente, foram os outros dois países avaliados.

A mão de obra é uma das responsáveis por essa diferença, custando 5,3 euros por hora, incluindo na conta os encargos sociais. O valor é mais do dobro do registrado no México (2,6) e muito acima do contabilizado na Índia (1,2) e na China (1,3).

Questionado, Belini não quis mensurar o peso das despesas com o trabalhador no custo final de um carro. "Vai depender de cada montadora."

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

A solução proposta pela associação ao governo federal, ao qual o estudo foi apresentado nas duas últimas semanas a vários ministérios, é investir em inovação, o que inclui engenharia, tecnologia de produtos e processos e pesquisa de materiais de origem local para a produção.

"O caminho que encontramos foi a oportunidade por meio da inteligência automotiva. Não adianta pedir redução do imposto sobre o aço, do custo do dinheiro", afirmou Belini, citando entraves à competitividade sempre lembrados pelo setor em ocasiões anteriores.

O preço do aço foi outro item analisado na pesquisa, sendo 40% superior no Brasil ao valor encontrado no México, na China e na Índia.

A expectativa da Anfavea é fazer parte da nova política industrial que está sendo elaborada pelo governo. De acordo com o presidente da entidade, um grupo foi formado com representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fazenda e Ciência e Tecnologia para avaliar o estudo do setor.

A projeção é que, caso haja esse incentivo à inovação, o saldo comercial entre importações e exportações possa voltar a ser equilibrado até 2016.

Perguntado sobre o interesse das montadoras que já anunciaram a instalação de fábricas no Brasil ou expansão nos próximos anos, apesar dos dados desfavoráveis em relação a outros países, Belini disse que a atração se justifica pelo mercado consumidor interno e seu potencial de crescimento.