segunda-feira, 12 de março de 2012
México rejeita proposta brasileira para veículos
Por João Villaverde - Valor 12/03
De Brasília
O México não aceitou os termos propostos pelo governo Dilma Rousseff para limitar as exportações de veículos ao Brasil a US$ 1,4 bilhão por ano até 2015. O governo mexicano também ignorou o prazo dado pelo Brasil para a conclusão das negociações entre os dois países envolvendo o comércio de veículos - que, pelo Brasil, teria acabado na sexta-feira. As negociações entre os dois países, portanto, voltaram à estaca zero.
Segundo afirmou uma fonte do governo brasileiro, o tabuleiro está com "o Brasil insatisfeito com a invasão de veículos mexicanos de um lado, e, do outro, o México incomodado com a forma escolhida pelo governo brasileiro para negociar a questão".
O governo brasileiro enviou na quinta-feira uma carta aos líderes mexicanos propondo o limite de exportações anuais de veículos a US$ 1,4 bilhão, volume US$ 1 bilhão inferior à média anual dos últimos seis anos. Na carta, os negociadores brasileiros do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) também estabeleciam como prazo limite para as negociações o dia 9 de março. Os mexicanos não gostaram. De maneira informal já deixaram claro que discordam tanto do patamar estabelecido para as exportações de veículos quanto à forma de negociação - o envio de carta. Itamaraty e Mdic não vão se pronunciar até o que o governo mexicano responda formalmente ao Brasil.
O governo brasileiro não aceita discutir a elevação do nível de conteúdo regional embarcado nos veículos produzidos no México. Desde dezembro, os veículos produzidos no Brasil devem ter no mínimo 65% de partes e peças nacionais para evitar uma alíquota 30 pontos percentuais maior do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No México, pelo acordo entre os dois países que o Brasil quer revisar, a exigência de conteúdo mínimo é muito inferior, de 30%.
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