Valor 02/08
Apesar da adoção de licenças não automáticas, as importações de automóveis continuaram aumentando nos últimos dois meses e alcançaram US$ 1,002 bilhão em julho. O valor é 2,6% superior ao de junho e 12,3% maior que o de maio, quando a medida foi aplicada. Mesmo sem ter reduzido o fluxo de veículos importados, o governo diz que não pretende revogar o mecanismo.
"A medida é útil para podermos avaliar o que está acontecendo", afirmou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. De acordo com ela, o licenciamento não automático não tem como objetivo melhorar o desempenho da balança comercial. "Hoje não temos nenhuma licença com atraso superior a 60 dias", garantiu Tatiana, referindo-se ao prazo definido pelas regras internacionais.
A secretária comentou que o licenciamento não automático permitiu aos técnicos do governo "tirar conclusões" sobre o aumento das importações de veículos e sugerir políticas de estímulo à indústria automotiva. Ela se esquivou de dizer, no entanto, se o setor foi contemplado na divulgação do pacote de política industrial a ser anunciado hoje.
Argentina, México e Alemanha são os principais fornecedores de automóveis do Brasil. Nos sete primeiros meses do ano, as importações de veículos de passageiros cresceram 59,8%, principalmente as originárias de países asiáticos, como Coreia e China.
De janeiro a julho, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, a balança comercial registrou superávit de US$ 16,101 bilhões. O saldo é 74,4% maior do que o obtido em igual período do ano passado. Apenas em julho, o superávit alcançou US$ 3,135 bilhões.
As exportações subiram 31,9% e chegaram a US$ 22,252 bilhões, valor abaixo do registrado em junho e em maio. Tatiana minimizou a queda, explicando que se trata de um efeito dos menores embarques de soja. As importações aumentaram 22,6% e atingiram US$ 19,117 bilhões.
A secretária destacou o desempenho do setor siderúrgico, que se beneficiou da maturação de investimentos recentes na indústria, segundo ela. Por isso, nos últimos 12 meses, as exportações aumentaram 35% em volume - de 4,8 milhões para 6,5 milhões de toneladas. No mesmo período, as importações caíram 36% - de 3,2 milhões para 2,1 milhões de toneladas. Não há, diz Tatiana, nenhuma relação com a fixação de valores de referência pela Receita a produtos siderúrgicos.
Outro destaque positivo foi o aumento dos embarques para os EUA, segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. As vendas para o mercado americano tiveram alta de 46,8% em julho, o mais elevado entre todos os blocos econômicos, e foram alavancadas por bens manufaturados, como motores, geradores elétricos e autopeças, além de petróleo e etanol.
A secretária manteve a estimativa oficial de US$ 245 bilhões para as exportações em 2011. Nos últimos 12 meses, chegaram a US$ 235,6 bilhões. "Julgamos prudente acompanhar os desdobramentos do cenário internacional nas próximas duas semanas." Cerca de 60% do crescimento das exportações desde julho do ano passado é explicado pela alta das vendas de produtos básicos. (DR)
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terça-feira, 2 de agosto de 2011
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