O volume de carros novos parados em pátios de montadoras e concessionárias no país voltou a subir no mês passado e alcançou um patamar que já pode ser considerado preocupante. Em julho, os estoques chegaram a 367,1 mil veículos, quantidade que demanda 36 dias para ser totalmente renovada. No mês anterior, o giro dos estoques estava em 33 dias, somando 341,99 mil unidades.
A Anfavea - entidade que representa as montadoras de automóveis - já havia reconhecido anteriormente que estoques com giro superiores a 35 dias começam a pesar nos custos financeiros das empresas.
Ontem, contudo, a entidade procurou não tratar o tema como um problema e considerou a evolução no nível de carros estocados como uma situação normal. "Pelo que eu ouvi, ninguém está preocupado", afirmou Cledorvino Belini, presidente da Anfavea.
A entidade considera a possibilidade de que o aumento esteja ligado à liberação de carros importados que estavam parados em portos por conta do fim das licenças automáticas de importação. Também cita fatores sazonais, já que o giro estava perto do nível atual entre junho e julho do ano passado.
Os números da Anfavea revelam que houve maior avanço de estoque na indústria, onde o número de veículos parados passou de 104,27 mil para 126 mil unidades - com giro subindo de 10 para 12 dias na passagem de junho para julho. Nas concessionárias, o giro avançou de 23 para 24 dias e o volume passou de 237,72 mil para 241,09 mil veículos.
O balanço mensal da indústria divulgado ontem pela entidade mostra que o setor dá sinais de perda de fôlego, mas continua renovando marcas históricas. Em julho, tanto as vendas - de 306,23 mil veículos - quanto a produção - de 307,19 mil unidades - tiveram o melhor resultado para o mês da história.
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, todavia, as vendas cresceram 8,6%, para 2,04 milhões de veículos, enquanto a produção subiu 4,3%, chegando a 2,02 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Apesar disso, a Anfavea mantém as previsões ao ano, que projetam crescimento de 5% no mercado automobilístico. "Existe uma conjuntura internacional desfavorável. Não sabemos quais as consequências desta crise internacional", justificou Belini.
O executivo - que também é presidente do grupo Fiat na América Latina - da ainda considerou remota a possibilidade de o governo zerar a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dentro do novo incentivo tributário a fabricantes de carros.
A medida provisória publicada na quarta-feira permite ao governo reduzir o IPI para as montadoras até 2016. O benefício exige, como contrapartida, investimentos em inovação e índices de nacionalização de componentes na fabricação de carros.
Ainda não foi definida qual será o corte da alíquota, assim como o percentual de conteúdo nacional que será exigido. Mas Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, adiantou que vê como viável um índice de nacionalização mínimo de 60% nas peças.
O que ele descarta é que o IPI aos fabricantes seja zerado. "Quem vai pagar as contas depois? É uma hipótese teoricamente absurda no meu ponto de vista", comentou o presidente da Anfavea durante entrevista coletiva à imprensa sobre os resultados das montadoras em julho.
ANFAVEA
A produção de autoveículos cresceu 3,5% em julho deste ano em relação a junho, após ajuste sazonal dos dados. O volume de autoveículos novos nacionais licenciados recuou 0,1% e as exportações de autoveículos avançaram 38,7% na mesma base de comparação.
• A produção de autoveículos (exclui CKD) atingiu 307,2 mil unidades em julho, quantidade 5,7% maior que a de igual mês do ano. Segundo dados dessazonalizados, foram verificadas variações de 3,5% no mês e de -0,3% no trimestre.
• O volume produzido em julho foi composto por 230,9 mil unidades de automóveis, 52,8 mil de comerciais leves, 19,3 mil de caminhões e 4,2 mil de ônibus, o que representou variações respectivas de 3,1%, 15%, 10,6% e 21%, em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
• A produção de máquinas agrícolas alcançou 6,7 mil unidades em julho, quantidade 21,9% menor que a de igual mês do ano anterior, resultando em variação de -9,6% do volume acumulado no ano. Pela série dessazonalizada, variações de -9,2% no mês e -3,9% no trimestre.
• O número de autoveículos licenciados atingiu 306,2 mil unidades, 1,3% maior que a de igual mês do ano anterior, acumulando no ano crescimento de 8,6%. Em termos dessazonalizados, registraram-se variações de -0,6% no mês e -2,1% no trimestre.
• O volume de autoveículos licenciados em julho foi composto por 238,8 mil unidades nacionais e 67,4 mil unidades importadas, representando variações, respectivas, de -3,7% e 24,1% em relação a igual mês do ano anterior e de 2,7% e 35,8% no acumulado no ano. Dessazonalizados, os números de licenciamentos corresponderam a variações de -0,1% e -4,4% no mês, para veículos nacionais e importados, na ordem e de -3,2% e 5,2% no trimestre. O número de autoveículos importados representou 22% do total licenciado no mês.
• As exportações de autoveículos (exclui CKD) alcançaram 46,5 mil unidades em julho, 20,1% maior que o de igual mês do ano anterior, atingindo crescimento de 5,2% do volume acumulado no ano. Em termos dessazonalizados, registraram variações de 38,7% no mês e -12,3% no trimestre.
• As vendas internas no atacado de máquinas agrícolas, incluindo nacionais e importadas, atingiram 5,6 mil unidades em julho, 12,8% menor que a de igual mês do ano anterior, resultando em queda de 8,4% do volume acumulado no ano. As exportações de máquinas agrícolas somaram 1,7 mil unidades no mesmo período, quantidade 19,8% maior que a de igual mês do ano anterior, acumulando alta de 16,3% no ano.
A Anfavea - entidade que representa as montadoras de automóveis - já havia reconhecido anteriormente que estoques com giro superiores a 35 dias começam a pesar nos custos financeiros das empresas.
Ontem, contudo, a entidade procurou não tratar o tema como um problema e considerou a evolução no nível de carros estocados como uma situação normal. "Pelo que eu ouvi, ninguém está preocupado", afirmou Cledorvino Belini, presidente da Anfavea.
A entidade considera a possibilidade de que o aumento esteja ligado à liberação de carros importados que estavam parados em portos por conta do fim das licenças automáticas de importação. Também cita fatores sazonais, já que o giro estava perto do nível atual entre junho e julho do ano passado.
Os números da Anfavea revelam que houve maior avanço de estoque na indústria, onde o número de veículos parados passou de 104,27 mil para 126 mil unidades - com giro subindo de 10 para 12 dias na passagem de junho para julho. Nas concessionárias, o giro avançou de 23 para 24 dias e o volume passou de 237,72 mil para 241,09 mil veículos.
O balanço mensal da indústria divulgado ontem pela entidade mostra que o setor dá sinais de perda de fôlego, mas continua renovando marcas históricas. Em julho, tanto as vendas - de 306,23 mil veículos - quanto a produção - de 307,19 mil unidades - tiveram o melhor resultado para o mês da história.
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, todavia, as vendas cresceram 8,6%, para 2,04 milhões de veículos, enquanto a produção subiu 4,3%, chegando a 2,02 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Apesar disso, a Anfavea mantém as previsões ao ano, que projetam crescimento de 5% no mercado automobilístico. "Existe uma conjuntura internacional desfavorável. Não sabemos quais as consequências desta crise internacional", justificou Belini.
O executivo - que também é presidente do grupo Fiat na América Latina - da ainda considerou remota a possibilidade de o governo zerar a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dentro do novo incentivo tributário a fabricantes de carros.
A medida provisória publicada na quarta-feira permite ao governo reduzir o IPI para as montadoras até 2016. O benefício exige, como contrapartida, investimentos em inovação e índices de nacionalização de componentes na fabricação de carros.
Ainda não foi definida qual será o corte da alíquota, assim como o percentual de conteúdo nacional que será exigido. Mas Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, adiantou que vê como viável um índice de nacionalização mínimo de 60% nas peças.
O que ele descarta é que o IPI aos fabricantes seja zerado. "Quem vai pagar as contas depois? É uma hipótese teoricamente absurda no meu ponto de vista", comentou o presidente da Anfavea durante entrevista coletiva à imprensa sobre os resultados das montadoras em julho.
ANFAVEA
A produção de autoveículos cresceu 3,5% em julho deste ano em relação a junho, após ajuste sazonal dos dados. O volume de autoveículos novos nacionais licenciados recuou 0,1% e as exportações de autoveículos avançaram 38,7% na mesma base de comparação.
• A produção de autoveículos (exclui CKD) atingiu 307,2 mil unidades em julho, quantidade 5,7% maior que a de igual mês do ano. Segundo dados dessazonalizados, foram verificadas variações de 3,5% no mês e de -0,3% no trimestre.
• O volume produzido em julho foi composto por 230,9 mil unidades de automóveis, 52,8 mil de comerciais leves, 19,3 mil de caminhões e 4,2 mil de ônibus, o que representou variações respectivas de 3,1%, 15%, 10,6% e 21%, em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
• A produção de máquinas agrícolas alcançou 6,7 mil unidades em julho, quantidade 21,9% menor que a de igual mês do ano anterior, resultando em variação de -9,6% do volume acumulado no ano. Pela série dessazonalizada, variações de -9,2% no mês e -3,9% no trimestre.
• O número de autoveículos licenciados atingiu 306,2 mil unidades, 1,3% maior que a de igual mês do ano anterior, acumulando no ano crescimento de 8,6%. Em termos dessazonalizados, registraram-se variações de -0,6% no mês e -2,1% no trimestre.
• O volume de autoveículos licenciados em julho foi composto por 238,8 mil unidades nacionais e 67,4 mil unidades importadas, representando variações, respectivas, de -3,7% e 24,1% em relação a igual mês do ano anterior e de 2,7% e 35,8% no acumulado no ano. Dessazonalizados, os números de licenciamentos corresponderam a variações de -0,1% e -4,4% no mês, para veículos nacionais e importados, na ordem e de -3,2% e 5,2% no trimestre. O número de autoveículos importados representou 22% do total licenciado no mês.
• As exportações de autoveículos (exclui CKD) alcançaram 46,5 mil unidades em julho, 20,1% maior que o de igual mês do ano anterior, atingindo crescimento de 5,2% do volume acumulado no ano. Em termos dessazonalizados, registraram variações de 38,7% no mês e -12,3% no trimestre.
• As vendas internas no atacado de máquinas agrícolas, incluindo nacionais e importadas, atingiram 5,6 mil unidades em julho, 12,8% menor que a de igual mês do ano anterior, resultando em queda de 8,4% do volume acumulado no ano. As exportações de máquinas agrícolas somaram 1,7 mil unidades no mesmo período, quantidade 19,8% maior que a de igual mês do ano anterior, acumulando alta de 16,3% no ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário