segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Montadoras têm ritmo mais fraco desde corte no IPI
Valor 03/12
As vendas de carros voltaram a cair no mês passado. Números preliminares mostram que a média diária de emplacamentos em novembro ficou um pouco abaixo de 14 mil automóveis e comerciais leves, o pior nível desde que o governo anunciou, no fim de maio, os cortes no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de metade até a totalidade das alíquotas.
Até quinta-feira, foram vendidos 279,1 mil carros no país, segundo prévia da Oikonomia, consultoria especializada no mercado automotivo. Os números consolidados, incluindo os emplacamentos de sexta-feira, só serão divulgados hoje pela Fenabrave, a entidade que abriga as revendas de veículos.
Mas Raphael Galante, analista da Oikonomia, estima que o mercado, mais uma vez, ficou abaixo das 300 mil unidades, mostrando queda tanto na comparação com outubro, que teve dois dias úteis a mais, como em relação a novembro do ano passado. Em outubro, os emplacamentos somaram 327 mil carros. Já em igual período de 2011, as vendas foram de 305,2 mil automóveis e utilitários leves.
Depois que o governo anunciou os incentivos à indústria automobilística, o mercado saiu de um giro diário inferior a 13 mil carros para atingir o pico de 17,6 mil unidades em agosto, mês no qual os consumidores correram às concessionárias para aproveitar o que poderia ser o último mês de IPI reduzido.
Na sequência, o governo manteve o incentivo, mas as vendas perderam ritmo e cederam para 14,6 mil carros por dia útil de setembro e 14,9 mil unidades em outubro, chegando ao menor nível em seis meses em novembro.
Na comparação com outubro, que teve 22 dias úteis, novembro foi um mês comercialmente mais curto. Os dois feriados na primeira quinzena - Finados, no dia 2, e Proclamação da República, no dia 15 - acabaram prejudicando o resultado final do mês.
A aguardada corrida às lojas antes do término do IPI reduzido ficou para este mês. A Anfavea, entidade das montadoras, já adiantou que algumas empresas poderão adiar as tradicionais férias coletivas de dezembro para não comprometer a oferta no fim do ano. A Ford, por exemplo, já anunciou que só vai dar folga nos feriados de Natal e Ano Novo. Férias coletivas também não estão previstas, pelo menos até o momento, na fábrica da Fiat em Betim (MG).
Mas, ainda assim, o consumidor poderá se deparar com a falta de alguns dos lançamentos que agitaram o mercado de compactos, caso do HB20, da Hyundai, e do Onix, da General Motors (GM). Além disso, a Renault, uma das marcas que mais crescem neste ano, começa em dezembro a parada de dois meses para ampliação da fábrica no Paraná.
Galante prevê que muitas montadoras também vão acelerar o passo na produção para entrar em 2013 com alto estoque de veículos faturados ainda com os descontos no IPI. A estratégia, diz, garantiria às marcas preços competitivos nos dois primeiros meses do ano, quando as vendas são tradicionalmente mais fracas. Como o governo promete encerrar no fim deste mês a redução do tributo, as marcas devem faturar os carros até o próximo dia 31 para aproveitar o benefício.
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